A
capacidade humana de questionar-se é uma de suas maiores virtudes ao longo da
história. O simples ato de buscar o autoconhecimento, compreender a própria
origem e um significado supremo da existência na Terra, conduziu o destino de civilizações,
desenvolveu conceitos que se estenderam por vários séculos e gerou um infinito
e crescente ciclo ideológico. A espiritualidade é o combustível desta
incessante busca. É quem santifica o homem e consagra a terra. É quem
desenvolve o conhecimento e o direciona ao próprio benefício. É neste momento
que nasce o conceito de um deus responsável pela criação do universo, de forças
e seres superiores que conduzem a existência humana. A fé, oriunda no espírito
humano, e o dogma, são as principais colunas que sustentam as religiões e
doutrinas espalhadas ao longo do globo terrestre. Se toda religião é formada
basicamente de fé e misticismo, podemos compreender que religião e ocultismo
estão interconectados. Dessa forma, concluímos que ocultismo é o conhecimento
secreto das religiões, que pode ser acessível apenas aos membros mais elevados
na hierarquia de determinadas ordens. Na sociedade contemporânea, ocultismo
também designa temas sobrenaturais, e até certo ponto, supersticiosos, que não
tenham um caráter religioso formal, mas que estejam relacionados às filosofias
e doutrinas. A religião e o ocultismo também são responsáveis por criar grupos
sociais que podem estar associados a manifestações culturais e políticas, por
exemplo. Não existem bases confiáveis para se estabelecer um ponto de partida
comum das crenças. Mas pode ser na cultura dos babilônios e egípcios do período
pré-cristão, que está a raiz do ocultismo ocidental. Os deuses e religiões
desta época se desenvolveram ao longo das eras, sofreram transformações
agregando em si diversos elementos de outras culturas, emergindo novos
conceitos e ressurgindo velhas crenças. Ao longo dos tempos, a humanidade
divinizou alguns de seus filhos, que se tornaram profetas e imortais no coração
e na crença de tantos outros. O homem sagrou terras, erigiu templos e
monumentos, louvou a vida e entoou cânticos em nome de suas divindades e da
própria fé. Mas a fé combinada com a vaidade e a ganância promoveram guerras, que
escravizou, segregou e retardou a evolução do espírito. Na Cultura Obscura não
há apologia à nenhuma crença ou religião. Porém, há, após tantas divagações e
suposições, a certeza de que a consciência coletiva caminha em busca do
conhecimento e da elevação espiritual, utilizando-se da capacidade de crer e ao
mesmo tempo questionar, intrínsecas à alma humana.
Ocultismo
consiste no estudo e prática de ciências que se rodeiam de mistério. É a
ciência das coisas ocultas ou estudo das coisas e fenômenos para os quais as
leis naturais ainda não deram explicação. Algumas das ciências ocultas, como a
alquimia (arte de transmutação dos metais) e a astrologia (predição dos
acontecimentos através do estudo dos astros), tiveram algumas contribuições na
criação de algumas ciências exatas. Algumas outras, como a adivinhação, magia e
cabala, não funcionam de acordo com as regras da ciência positiva. A levitação
e a telepatia são algumas outras ciências que estão ligadas ao ocultismo. O
ocultismo também pode estar relacionado com um conjunto de sistemas filosóficos
e artes misteriosas baseadas em sistemas secretos. Muitas pessoas fazem a
ligação do ocultismo com o satanismo e magia negra, e em sociedades secretas
como os Illuminati. O termo oculto significa algo que é secreto ou misterioso.
Por esse motivo o ocultismo desperta um grande interesse em muitas pessoas,
porque elas querem saber coisas misteriosas. Algumas querem saber o seu futuro,
recorrendo a uma cartomante, praticante de outra forma de ocultismo, a
cartomancia. Esse interesse por coisas ocultas explica o porquê de existirem
inúmeros livros que abordam o tema do ocultismo. Existem também teorias que
indicam a ligação do ocultismo e misticismo no nazismo, que em ocasiões revelou
interesse por objetos de poder arcano. Além disso, vários autores revelam que o
ocultismo está presente em desenhos para crianças (alguns deles da Disney) e
também no mundo da música, mais concretamente no rock, em letras escondidas
dentro das músicas.
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